quinta-feira, 1 de outubro de 2009

CQB - Combate em Ambientes Fechados

EMBATES EM AMBIENTES FECHADOS

O PERIGO ENTRE PAREDES


Revista Hunter – Por Iranil dos Santos e Itamar dos Santos



Os confrontos em ambientes fechados, conhecidos internacionalmente pela sigla CQB (Close Quarter Battle), são responsáveis por um expressivo número de policiais mortos em serviço. Algumas dessas baixas têm por causa o descaso do próprio policial, que não dá a devida importância ao que assimila em treinamento desenvolvido na academia de polícia.

Os internacionalmente conhecidos “Close Quarter Battle” (CQB ou CONFRONTOS EM AMBIENTES FECHADOS) são responsáveis por um grande número de policiais mortos em serviço, sendo certo que quase sempre essas baixas têm como causa o descaso do próprio policial, que não dá a devida importância para esse tipo de situação, uma vez que tem o conhecimento de que grande parte de seus colegas chegou a aposentadoria sem maiores problemas. Esses acabam surpreendidos quando menos esperam.

Para evitar que isso ocorra é extremamente importante atentarmos para algumas táticas que freqüentemente são utilizadas com êxito na vida real.

Operação de busca

É com grande freqüência que policiais acabam tendo que realizar buscas e localizações de marginais em áreas internas, sendo que em quase todas essas oportunidades os delinqüentes têm em seu favor inúmeros fatores que os favorecem. Questões como a falta de cobertura ao policial, o pequeno espaço dos cômodos, a ignorância acerca da planta do local, a possibilidade de emboscadas e tantas outras adversidades tornam o trabalho de busca uma das mais arriscadas atividades policiais.



Postura
O primeiro ponto a ser abordado é o que diz respeito ‘a postura do policial quando em meio a uma busca interna. Comumente toma-se uma postura defensiva, por exemplo, deixando a arma dentro do coldre ou, quando fora deste, mantendo-a apontada para baixo aguardando o momento certo de reagir. Adotando uma postura como esta dificilmente o policial terá tempo de reagir a uma agressão armada. Assim sendo, o correto é adotar uma postura ofensiva que permita uma reação imediata. O policial deve manter a arma fora do coldre, na altura dos ombros e direcionada a frente, na posição Weaver ou Isósceles, de acordo com a melhor adaptação. Utilizando esta postura, o policial poderá aplicar a tática chamada “Terceiro Olho”, que lhe permite olhar para todos os lados com a certeza de que sua reação será imediata, uma vez que a arma acompanha o foco de visão do policial.

É importante salientar, que ao passar por vãos e aberturas, o policial deve recolher a arma junto ao corpo para que ela não lhe seja arrancada das mãos por um oponente escondido do outro lado.

Movimentação

Quando no interior de um prédio, o policial deve movimentar-se com extrema cautela e silêncio, pois um ruído qualquer poderá denunciá-lo a seu oponente.

Ao atravessar corredores e salões poderão ser encontradas inúmeras portas. Abri-las sem se certificar do que existe por trás é extremamente perigoso.

Se possível, o policial deve manter-se constantemente protegido por qualquer tipo de escudo ou barricada, não se movimentando de forma que cruze as pernas, pois isso poderá faze-lo perder o equilíbrio.

Existem locais dotados de vigas e alçapões, onde o delinqüente pode se espreitar e armar uma emboscada. Por isso, deve-se evitar usar bonés ou chapéus de abas largas, que impossibilitem a visão superior.

Um dos momentos mais críticos em uma varredura interna é aquele que antecede a entrada em algum aposento, sem que se saiba o que há lá dentro. Não é aconselhável que se façam às conhecidas “entradas dinâmicas”, usualmente empregadas por forças policiais especializadas como a SWAT (Special Weapons And Tatics) norte-americana.

Existem técnicas que melhor se adequam ao serviço policial de rotina, como a “Quick Peek” (Rápida Espiada) e a “Israeli Sweep” (Varredura Israelense). A primeira é uma técnica onde o policial deve se posicionar atrás de uma parede que ladeie a entrada; olhar rapidamente para dentro do aposento jogando parte da cabeça para fora da proteção (parede) e retornar o mais depressa possível. Trata-se de uma técnica que possibilita a obtenção de uma visão completa da área a ser adentrada, sem dar tempo de reação ao oponente. É bom salientar que o policial deve aplicar essa técnica agachada, pois em caso de um eventual disparo por parte do delinqüente, o tiro passará por cima da cabeça do policial. Se for necessário repetir a operação, deve-se mudar de posição (se em um primeiro momento o policial esteve agachado, num próximo deverá ficar de pé).

A tática “Israeli Sweep”, também conhecido como “Slicing the Pie” (Fatiando a Torta), também é muito eficaz para se obter uma visualização do local a ser penetrado. De acordo com ela, o policial deve se utilizar do “Terceiro Olho”, aproximando-se lentamente, rente à parede, até cerca de um metro do local a ser vistoriado. Em seguida, o policial deve afastar-se da parede e procurar visualizar, passo a passo, a área interna do aposento, aumentando seu ângulo de visão até obter a completa varredura do local. É um processo mais lento, que permite ao policial retornar a sua posição de origem em caso de um sinal de perigo.

Entrada

Após obter a completa visualização do local, o próximo passo é entrar no aposento.

Existem dois métodos comumente utilizados pelas polícias internacionais: o “Israeli Limited Entry” (Entrada Limitada Israelense) e o “Criscross” (Entrada Cruzada).

Pela primeira tática, a entrada se assemelha a “Quick Peek”, uma vez que expõe muito pouco o corpo do policial. No entanto, depois que se projeta o corpo para dentro, não deve haver a mudança de posicionamento, como na técnica de “Rápida Espiada”. Já a técnica “Criscross”, mais utilizada e eficaz, deve ser realizada em dupla, de modo que cada um dos integrantes se aproxime até a abertura, por lados diferentes e execute uma busca visual por qualquer dos métodos antes descritos. Após a varredura visual, ambos entram no recinto rapidamente, cruzando-se entre si e assumindo uma postura ofensiva com as costas junto à parede do aposento invadido. É necessário frisar que esta não é uma técnica adequada para quem deseja entrar em corredores ou outros locais que não possuam paredes internas, ladeando a cobertura.

Corredores e Escadas

Corredores e escadas são os locais que representam maior perigo aos policiais em um combate em ambiente fechado, pela falta de uma rota segura de fuga. É possível apenas movimentar-se para frente e para trás, criando o chamado “funil fatal”, que propicia um excelente palco para uma emboscada.

Quando se faz necessário entrar por um corredor, deve-se faze-lo o mais silenciosamente possível e com toda rapidez até alcançar o seu final.

Em escadas, é sempre mais fácil combater de cima para baixo, pois se perde muito menos tempo descendo uma escada do que ao subi-la. Além do mais, o policial poderá fazer com que o marginal tenha uma via de escape, proporcionando a sua captura por outros policiais que eventualmente estejam do lado de fora do prédio. Subindo, o policial irá encurralar o oponente, forçando-o a enfrenta-lo. Assim sendo, em havendo opção, o policial deve realizar a busca descendo a escadaria.

É importante salientar que muitas escadas possuem cortes de ângulos retos, o que dificulta a visualização do que está por trás. Desta forma, faz-se mister utilizar as técnicas já descritas para se operar com maior segurança, devendo-se sempre manter a arma como o seu “Terceiro Olho”.

2 comentários:

  1. Olá, boa tarde Jhow. Por gentileza, tem mais material? Com fotos ou vídeos? Gcm willian souza Sorocaba.
    Clanwillian@yahoo.com.br

    ResponderExcluir
  2. Olá, boa tarde Jhow. Por gentileza, tem mais material? Com fotos ou vídeos? Gcm willian souza Sorocaba.
    Clanwillian@yahoo.com.br

    ResponderExcluir