quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Liderança

Precisa-se de um novo líder


Marta Campello – Professora da Fundação Dom Cabral.


Atualmente, fala-se muito no papel e no desenvolvimento de líderes das organizações. A questão é que, neste mundo de grandes mutações, as empresas e os profissionais precisam, cada vez mais, apresentar uma performance diferenciada. Nesse sentido, surge o papel do líder que deve contribuir de maneira relevante para o aumento da motivação e da produtividade de toda a equipe com quem trabalha.

É comum que profissionais muito competentes tecnicamente se destaquem nas organizações, assumindo uma posição de liderança e sendo responsáveis pela coordenação de recursos, processos e, principalmente, pessoas. Geralmente, trata-se de uma pessoa com boa formação acadêmica que entende do negócio em que atua e vem garantindo bons resultados para a organização.

No entanto, muitas vezes, esses profissionais acabam se envolvendo mais nas tarefas técnicas do que na gestão das pessoas, já que nem sempre estão preparados para tal função. Mas o bom líder precisa ter mais do que atributos técnicos, ele precisa também do que denominamos competência socioemocional. Afinal, ele lida todo o tempo com pessoas e, conseqüentemente, com relações, sentimentos e emoções.

Pela própria natureza da sua função, o indivíduo, no exercício da liderança, tem que enfrentar situações de tensão e, freqüentemente, uma forte carga de estresse. É exatamente nesses momentos de alta tensão e estresse que o indivíduo demonstra o seu equilíbrio ou desequilíbrio emocional. Neste último caso, podendo influenciar negativamente não só o desempenho da sua equipe, mas também sua imagem e a confiança anteriormente estabelecida.

Sabe aquele tom de voz mais alto e agressivo que saiu na hora errada? A paciência que se perdeu no momento que não deveria? A intolerância demonstrada com aquele funcionário menos preparado? A raiva diante de colaboradores que sempre encontram uma justificativa para não assumirem seus erros? O desânimo frente aqueles membros da equipe que se recusam a mudar e não se comprometem com melhores resultados?

Essas são algumas das reações que o líder pode ter e que acabam sendo registradas pela equipe. Todos estes sentimentos são inerentes ao ser humano e você não estará livre de vivenciá-los. Mas no seu papel de líder você tem que saber como lidar com essas emoções. Na maioria das vezes, um erro técnico é bem compreendido, mas não se tem essa mesma conivência com o desequilíbrio emocional porque a imagem que se constrói é a daquele momento em que o líder não soube gerenciar adequadamente a sua emoção frente ao contexto e às condições da equipe.

Assim, para entender um pouco o papel do líder, é preciso, antes de mais nada, acabar com o mito do profissional perfeito (ou quase isso). O líder – esse personagem tão importante para o funcionamento das organizações – é um ser humano e como tal vive situações em que não consegue gerenciar e manejar os próprios sentimentos. Mas o ideal é que ele consiga desenvolver algumas habilidades que o ajudem a buscar sempre o equilíbrio em suas ações, decisões e postura.

Cada vez mais, as empresas têm percebido que os líderes precisam de uma formação muito mais integral e complexa, que vai além das suas competências técnicas. O que falta, em boa parte dos líderes é um maior autoconhecimento, que certamente vai contribuir para que ele possa aprender a se autoliderar e, dessa forma, gerenciar melhor a sua equipe.

Se você tem a intenção de se tornar um verdadeiro líder, esteja atento a essa questão e invista também no desenvolvimento das suas competências socioemocionais.


Jornal Estado de Minas – Caderno Trabalho e Formação Profissional – Gestão de Carreiras – 24/05/09

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