sexta-feira, 4 de maio de 2012


USO DO CAIXA ELETRÔNICO


Texto extraído do livro VIOLÊNCIA URBANA: Como se proteger do autor Elson Matos da Costa, Delegado Geral de Polícia, Coordenador/Professor da ACADEPOL/MG.


                        Quando estamos falando em segurança um dos principais itens que atormentam a todo cidadão de bem é o relacionado ao cartão de crédito/banco e o caixa eletrônico. São realmente vulneráveis em nossa segurança pessoal e devemos tomar cuidados redobrados quando utilizamos a facilidade de sacar dinheiro em qualquer esquina, principalmente quando não sabemos como nos proteger.

                        Como hoje os bancos nos oferecem vários cartões àqueles que têm contas diversas acabam se tornando um carro-forte ambulante. Um conselho: ande somente com o cartão que vai utilizar naquele dia. Acostume-se com esta idéia. Ao sair de casa verifique as contas a pagar, dinheiro a ser retirado, compras a serem feitas e o melhor dia do cartão a ser pago.

                        Desta forma, caso seja rendido, você ficará um menor tempo nas mãos de infratores já que terá que ir somente a um caixa eletrônico sacar a quantia máxima permitida. Se tiver vários cartões, enquanto não se esgotar a possibilidade da retirada total ou de compras em lojas você não será libertado. Portanto repense esta possibilidade de andar com vários cartões.

                        Dê preferência a pequenas quantias em dinheiro já que se for abordado em um assalto este montante será levado e você provavelmente será deixado em paz e não passará horas de extrema tensão junto a pessoas descontroladas com uma arma na mão.

                        Outro conselho: Isto é extremamente óbvio, mas as pessoas ainda continuam praticando o mesmo erro. Não ande com cartão e senha dentro da carteira. Apesar da dificuldade que temos em memorizar todas as senhas que hoje temos por obrigação guardar esta não é uma boa medida já que se sua carteira for furtada enquanto não bloquear o cartão ele continuará a ser usado. Facilitou a ação do infrator. Carregue sim sua senha, mas em outro local guardado dentro do carro por exemplo. Se você se esquecer é só procurá-la, mas irá dificultar quem lhe roubar.

                        Outra facilidade que permitimos é quando colocamos senhas como a data do nosso nascimento, de nosso RG, CPF. Isto tudo está na identidade que vai estar junto na carteira e com os cartões quando eles forem surrupiados. Serão os primeiros números utilizados na tentativa de retirada do dinheiro no caixa eletrônico.

                        Hoje praticamente todo mundo recebe um cartão para sacar dinheiro no banco ou em caixa eletrônico. As pessoas mais velhas normalmente têm dificuldades enormes para se lembrar de senhas, apertarem botões intermináveis até que se consiga sacar um dinheiro naquelas máquinas maravilhosas, mas que acabam dificultando se não tivermos um mínimo de habilidade para manusear tantas informações.

                        Se tiver dificuldades no banco para mexer nestas máquinas de onde jorram dinheiro caso apertemos os botões corretos, não titubeie, procure funcionários da agencia bancária para auxiliá-lo. É comum pessoas inescrupulosas entrarem na fila do caixa eletrônico, principalmente nos dias de recebimento de pagamento do INSS e tão logo presenciem a dificuldade de um idoso, principalmente, em retirar o seu precioso dinheiro se apresentarem como bons samaritanos ajudando a resolver “aquele enorme problema”.

                        Desta forma eles conseguem trocar o cartão depois da retirada do dinheiro e memorizar a senha. Após isto, se tiver algum dinheiro em depósito será todo retirado.

                        Ao se aproximar do teclado do caixa eletrônico coloque o corpo junto ao teclado para que a pessoa que estiver atrás não o veja digitando a senha. Em hipótese nenhuma seu cartão deve ser emprestado a alguém ou ceder o mesmo a pessoa solícita na fila para que faça a movimentação de sua conta. Com certeza será um grande passo a ficar zerada a sua conta bancária.

                        Pessoas que ficam muito próximas ao caixa eletrônico quando você o está manuseando provavelmente estará tentando memorizar a sua senha, portanto não deixe de seguir a recomendação acima. Corpo colado ao teclado. Caso a pessoa atrás consiga memorizar a sua senha, no momento em que você sai receberá um esbarrão e é o momento que o estelionatário aproveitará para trocar o seu cartão que caiu no chão. Ele muito atencioso pedirá mil desculpas, abaixará para pegar o seu cartão e o devolverá somente que já trocado por outro.

                        Ao sair do banco ou do caixa eletrônico após sacar algum dinheiro verifique se está sendo seguido e pessoas próximas olhando em sua direção. Se desconfiar entre em algum estabelecimento comercial e ali permaneça o tempo que achar necessário até se sentir segura. Caso ainda permaneça a situação ligue para a polícia e peça ajuda, eles terão o maior prazer em lhe ajudar.

                        Ao se dirigir a um caixa eletrônico procure algum que tenha grande movimento e fique em local onde possa pedir ajuda. De preferência dentro de um shopping, supermercado, etc. Evite saques noturnos em caixas localizados nas ruas onde não haja maiores proteções.

                        Foi furtado, comunique de imediato a agência bancária para bloqueio do cartão já que ele será usado imediatamente. Tenha sempre em mãos o telefone 24 horas do Banco para se comunicar e pedir o cancelamento dele.

                        Outro problema enfrentado relacionado ao cartão é a clonagem. Normalmente aquelas máquinas manuais existentes no comércio quando utilizadas por pessoas de má fé e o cartão sai do seu controle visual ele pode ser copiado. Existe uma máquina conhecida por “chupa-cabras” onde os dados são armazenados e posteriormente utilizados para saques e compras. Portanto não perca de vista o seu cartão e solicite a via do comprovante.

                        Todas estas facilidades do mundo moderno e tecnológico que vivemos permitem uma grande mobilidade no que diz respeito as nossas movimentações financeiras não sendo preciso nem ir a uma instituição bancária. Assim os marginais também se movimentam no sentido de acompanhar estas transformações e deixam de assaltar o banco para pegar o cliente.

                        É muito mais fácil abordar uma pessoa sozinha e desprotegida do que entrar em um banco de arma em punho, passar pela porta giratória, enfrentar o vigilante armado, enfrentar o policial de roupas civis ali dentro ou mesmo o cerco policial fora do banco e conseguir retirar a quantia que achar nos caixas.

                        Assim nós é que somos responsáveis pela nossa segurança pessoal e é claro podemos contar de forma auxiliar com o estado através das polícias. Como estas não podem estar presentes em todos os locais ao mesmo tempo, precisamos aprender a nos resguardarmos. Estas são as finalidades destas recomendações contidas neste texto.


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