GRE – GRUPO DE
RESPOSTA ESPECIAL
Elson
Matos da Costa, Delegado Geral de Polícia, Chefiou e trabalhou no DEOEsp –
Departamento Estadual de Operações Especiais – durante quase 13 anos. Primeiro
Período de Jornalismo – Estácio de Sá.
No ano de 2003 tive a
oportunidade de ser o Superintendente Geral de Polícia Civil de Minas Gerais e
por motivos que neste momento não interessam a este artigo, após 08 meses pedi
a minha exoneração do cargo assim como a aposentadoria. No entanto antes que
este fato viesse a acontecer aportou à minha mesa um projeto elaborado pelo Dr.
Antonio Carlos de Faria, meu adjunto sobre a criação de um grupo especializado
dentro da Polícia Civil de Minas Gerais, fato que imediatamente encampei além
de ter sugerido o nome, GRE – GRUPO DE RESPOSTA ESPECIAL.
Realmente depois de
pouco tempo o grupo já estava na ACADEPOL para ser formado por este mesmo
signatário depois da seleção de praxe como soe ocorrer nestes casos devido as
especificações das atividades a serem exercidas.
Antes de todos estes
fatos, quando chefiava o DEOEsp, havia criado internamente o GER – GRUPO
ESPECIAL DE RESGATE – o qual era integrado por alguns policiais daquela unidade
e extremamente treinados para quaisquer situações que saíssem fora das
atividades normais da maioria de nossos colegas. Desta forma atuaram em
diversas situações, principalmente no interior dando respaldo aos colegas que
se encontravam em dificuldades em determinadas ocorrências que saiam do normal.
Nos casos de extorsão mediante sequestro eram os responsáveis diretos pela
invasão ao cativeiro. Após algum tempo verifiquei que este nome não seria o
mais ideal para este grupo, mas sim o que foi criado posteriormente e que
resume de forma inconteste a função destes policiais que são treinados à exaustão
e ficam preparados para quaisquer eventualidades, mesmo que não entrem em ação.
Por motivos que não
interessam também a este artigo, o GRE – Grupo de Resposta Especial - acabou se
deteriorando e tornando uma peça decorativa dentro de nossa instituição com
alguns policiais colocados em uma situação deplorável, os que menos tinham a
ver com a sua derrocada, assim como os inúmeros investimentos que foram ali
alocados, como armamentos, viaturas, equipamentos, treinamentos, etc.
Caso tenhamos de dar uma
pequena olhada em torno de nossas congêneres de outros estados da federação
veremos que todas, digo, todas as Polícias Civis dispõem de um grupo especializado,
altamente treinado para situações que saiam da rotina. Pergunto? Qual o motivo
de não termos dentro da Polícia Civil de Minas Gerais um grupo com estas
competências? Citando apenas alguns, dentre tantos, como o GER – Grupo Especial
de Resgate – da Polícia Civil de São Paulo, CORE – Coordenadoria de Recursos
Especiais - do Rio de Janeiro e COT – Comando de Operações Táticas – da Polícia
Federal, sendo este acionado toda vez que existe uma operação de vulto em todo
o país e onde a periculosidade dos abordados esteja presente, assim como
acontece nas policiais estaduais para estes grupos especializados.
O GRE – GRUPO DE
RESPOSTA ESPECIAL – ou qualquer outro nome que venha a lhe ser dado é
imprescindível no combate a criminalidade especializada e violenta como
quadrilhas de traficantes, assaltantes de bancos, cargas, homicidas, etc., etc.
No momento em que se vai cumprir um mandado de busca e apreensão contra
elementos altamente perigosos, necessário se torna que antes da prisão e busca
o local se torne seguro para o restante dos colegas que ali irão adentrar bem
como as testemunhas. Este é o serviço destes abnegados policiais que colocam a
vida a serviço da instituição e dos demais colegas devido aos equipamentos que
utilizam assim como o armamento e também pelo treinamento constante pelos quais
passam.
Cumprimento de mandado
de prisão daqueles que se acham acima da lei e que podem trazer problemas se
policiais de uma Delegacia Distrital forem nos seus encalços e receberem uma
reação violenta poderia ser amenizada por uma atuação mais eficaz deste grupo
especializado preparado exatamente parra este tipo de situação.
Em todos os
planejamentos operacionais realizados dentro do estado, não só na Capital os
mesmos seriam utilizados para tomarem o local e entregarem as equipes que
estiverem realizando a investigação. Estes policiais do grupo especializado
trabalham em silencio e não aparecem para entrevistas e sim para pacificar o
local e dar tranqüilidade aos colegas para cumprimento de suas obrigações
legais sem que se corra nenhum risco.
Por serem estes grupos
dotados de uma decisão de se for o caso terem de usar a força letal, os mesmos
deverão ao mesmo tempo terem um sério compromisso de obedecerem a disciplina e
hierarquia da instituição e também do grupo bem como do seu chefe imediato.
Agindo desta forma,
aqueles que forem indicados para comporem a chefia deste grupo deverão ser
selecionados entre as autoridades policiais que tenham o perfil de uma férrea
disciplina não esmorecendo em momento nenhum com relação ao cumprimento daquilo
que determina a legislação pátria e interna da corporação. Intransigente com
desvios de comportamentos pessoais ou profissionais e os integrantes do grupo
necessitam ter orgulho de pertencerem ao mesmo. É o que ocorre, por exemplo,
com os integrantes do BOPE – Batalhão de Operações Especiais – Rio de Janeiro
os quais tem o maior orgulho de pertencerem a esta unidade.
Aqui em Minas Gerais devemos
também reativar e colocar em prática este grupo especializado, principalmente
no momento que vivemos na aproximação de eventos esportivos de vulto mundial
como a Copa das Confederações e do Mundo e a Polícia Civil precisa estar
preparada para quaisquer eventualidades.
Uma sugestão que poderia
aqui mencionar seria a unificação em uma mesma coordenação do GRE, APOIO AÉREO,
CANIL ligados diretamente à Superintendência de Investigação e Inquérito
Policial para que assim tenham além da legitimidade das ações a agilidade de
suas utilizações em cada um dos casos que forem requeridos estes recursos
especiais dentro da nossa instituição.
Os policiais alocados no
GRE deveriam receber uma ajuda de custo em seus salários a fim de incentivar
aos bons a permanecerem nesta unidade já que os riscos são inerentes as suas
atividades e os treinamentos bastante intensos. Além disto, eles devem estar
permanentemente focados nas suas atividades precípuas que é o de combater a
criminalidade com precisão cirúrgica onde não pode haver erros. Um local onde
os mesmos possam estar bem instalados com salas, computadores, cozinha, garagem
para os veículos de quatro e duas rodas, armamento, munição, equipamentos.
Intercambio permanente com outras unidades especializadas para reforçarem os
treinamentos recebidos e assim se tornarem excelência naquilo que se propõem a
ser feito.
Cumpre lembrar que a
função de um grupamento altamente especializado não é de fazer a segurança
pessoal de nenhuma autoridade e sim ser utilizado naquilo a que foram
treinados, combater criminosos altamente perigosos.
Neste grupo, assim como
existe no BOPE/RJ, uma equipe será especializada no tratamento de situações críticas
quando existem pessoas tomadas como reféns, assalto a banco, residências, motim
de presos, etc., onde uma das principais armas para resolução deste problema é
a negociação não se olvidando, no entanto a entrada em ação do grupo tático e/ou
o “sniper”.
Deste modo, uma equipe
altamente profissional dará um respeito à instituição Polícia Civil de Minas
Gerais e uma maior tranqüilidade à sociedade mineira no quesito ação policial
bem como o reconhecimento dos demais colegas que terão um respaldo em suas
atuações.
Para finalizar este
artigo, do grupo do GRE serão selecionados professores para a ACADEPOL na
disciplina de TAP – Técnicas de Ação Policial - tendo em vista a
profissionalização que irão adquirir durante o curso de formação bem como os
treinamentos de aprimoramento.
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